12.09.2010

Chovia.

Ele tentava tirar da água as forças necessárias para dizer mas não conseguia.

Era simplesmente impossível dizer que ele finalmente tentara amar de novo e que ela era a pessoa que ele apostara todas suas fichas. A pessoa que ele queria poder dedicar as musicas e fotos, podendo olhar para seu sorriso e reconhecer sua própria felicidade estampada.

Ele respirou fundo e ela olhou pra ele. Sorriu e disse qualquer coisa que ele não entendeu por puro nervosismo.

Pensava em como aquele passo era importante e como ele sabia que dessa vez ele tinha que falar. Repirou fundo enquanto a água escorria em seu queixo. A chuva tinha apertado.

Ela olhou pra ele novamente e repetiu alguma coisa e ele decifrou que ela queria sair da chuva, mas novamente não ouviu.

Sempre achou que um dia a chuva o salvaria. Hoje, ele queria, mas entendia que não conseguiria dizer facilmente. Era exposiçao de mais.

Pensou novamente em como ele queria poder segurar ela nos bracos e dizer sussurrando que a amava. E quando isso acontecer, queria poder ligar no meio da noite para ela e dizer que tivera um sonho ruim e queria ouvir ela dizer que tudo ficaria bem. Queria poder busca-lá no rodoviaria só para poder dizer que ouvira uma banda nova e que ela tinha que assistir o novo filme que sairá no cinema. Queria poder amar e ser amado. Queria tentar novamente.

Respirou fundo e levantou a mão direita para tocar seu rosto, mas percebeu que ela não sorrira mais. Quando ele estava pronto pra tentar dizer ela chovia.

Chovia e escorria para a avenida iluminada pelas luzes de Natal.

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