1.05.2010

Depois de alguns meses daquele bom-dia.

Ele repousou o prato na mesa e sentou-se na sua frente.
Ela perguntou os ingredientes enquanto ele mordia o pão e desaprovou antes da resposta.

"Me trai."
"Como?"
"Me trai. Acordei com um pensamento e percebi que eu me trai. Estou vendido."


Ela resmungou algo de dentro da xícara de café requentado. Desinteressada pelas suas besteiras, novamente. Respirou fundo e lembrou que ele estava evitando dramas, apesar da placa recém colocada na cabeceira da cama que delimitava os lados com um Drama King de um lado e um Drama Queen do outro lado. do lado oposto.

"Nunca pensei em me casar."
Silêncio.
"Eu sei que não estamos casados, mas você me entendeu."
Silêncio. Ela estava evitando dramas. Isso os destruiria em pouco tempo, na opinião dele.
"Na minha mente confusa eu justifiquei isso como um escancarado de coisas bonitas e saturadas. Fotos, DVDs e música de qualidade em um som sem. Justifiquei como noites de sono trocadas por não-conversa. Uma relação bonita e do nosso jeito."

Silêncio. Percebeu que entrara, novamente, na área proibida. Nunca saberia esse limite.
Sinceramente? Não fazia questão.

"Hoje acordei tentando nos diferenciar de um casamento que eu tanto tenho medo. Não achei diferença. Temos uma rotina e todos os casais tem coisas bonitas compartilhadas. Eu que fui tolo de achar que as nossas eram especiais. Fui tolo em escrever e filmar isso, tentando reforçar que não sou igual a todos."

Silêncio. Péssima resposta.
Se irritou e levantou, jogando o pão no prato.

"Se essa é sua demonstração de toda a tentativa de me segurar aqui, você é um inseto pra mim."

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