9.23.2010

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Você estava sentada olhando para mim quando um espelho refletiu uma luz. Aquele brilho escapou ao seu controle e iluminou seus olhos.

Acho que foi aquele momento que meu coração pulou uma batida e saiu de compasso.

Em momentos como esse geralmente o tempo pararia para relembrar todo aquele 2007 e os e-mails e mensagens trocadas. Mas nem sempre o tempo concorda com algo e permite tal momento.

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Estava com olhar frouxo para você, lembrando de como quase tive o toque dos seus lábios nos meus. Tantas vezes que não gosto nem de lembrar a incapacidade de ação que me tomava - e ainda toma - quando estou perto de você. É incapacidade de movimento, de fala, de pensamento. Perto de você eu sou mais um menino bobo que não consegue falar o que pensa, me misturando nos demais.

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Você olhou pra mim e sorriu. A luz forte bateu no seu rosto com tanta força que você fechou os olhos, mas manteve a mão próximo ao queixo e o sorriso de gratidão por ouvir as palavras que ilustravam seus sentimentos semanas atrás.

E ilustravam o meu também, mas eram mais como uma trilha sonora de um filme com poucos frames, estáticos como um quadro recém pintado, onde a tinta parece escorrer e misturar-se com as outras. Frames onde eu estou ao seu lado em silêncio, frames onde eu fico nervoso e impaciente, frames onde você sorri e o meu frame favorito: seu rosto, em close, mostrando as duas pintinhas que eu amo tanto.

Foi um dia bonito e doloroso, como tudo que me faz dar valor. Dói ouvir aquelas músicas que incansavelmente cantei para você quando você não estava perto e nem pensando em mim. Dói pensar em você tantas vezes por dia só por ouvir algo. Dói ouvir você ao telefone e querer te confessar tudo o que me corrói há alguns anos, mas que vem piorando a cada dia que passa. Dói ser incapaz de ser sincero com você

Ouvir aquilo tudo com você ao meu lado dói. Dói porque sei que não vou poder te tocar, ver você virar pra mim e sorrir, esperando eu acariciar seu rosto e dizer: "Chegou a hora."

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